domingo, 28 de agosto de 2011

Franciella Cavalheri no M,M


Me lembro bem dos dias em que se falava de voltar a dançar artisticamente pelos corredores do Ofurô. Miriam Gimenes e Roberta Siqueira entre uma aula e outra falavam da Ginga, do Chico Neller, de universo feminino, de dança. Eu? Só escutando e incentivando. Um dia a Miriam formalizou: "vamos fazer uma reunião!" Na sala, eu, a Laura e a Roberta escutando e a Miriam dizendo muito do que sabia sobre ela mesma e suas escolhas. Escolhas estas junto com a realidade que as sócias e amigas do Ofurô tiveram que enfrentar ao longo dos anos "não dançados", mas dedicados a uma empresa, a um sonho de viver de falar do corpo, de mostrar ao outro da importância da atenção a ele e ainda ganhar a vida de tanto falar disso.

A minha observação é longa... Mais de 11 anos. No Ofurô, antigo Núcleo de Desenvolvimento Psicomotor eu já fui paciente e as vezes ainda sou, parceira (como elas chamam quem trabalha lá) e sempre estive assídua nos cursos abençoados de danças circulares. Já dançamos muito juntas e de mãos dadas, não é meninas?

Agora, a conversa é outra... Pelo menos desde o ano passado. Nos propomos a colocar artisticamente todo o percurso de vida e a preferência pelo "ser feminino" que começa pelas escolhas de repertório das danças circulares. Laura Shannon, pode procurar por ela na net, é a nossa "musa".

Eu, que atuo no Coletivo Corpomancia e ainda estou mais em contato com a dança, fui - graças a Deus - convidada para dançar o M,M e não exitei, disse SIM! Desde a primeira roda de danças circulares, passando por todos os percalços e alegrias de assumir e existir quanto mulher, para mim era inevitável abraçar essa história concebida pela raça de Miriam e Roberta. Hoje, M,M é para mim uma maneira de diluir e me relacionar com o que de fato eu sou, aceitando o que tem pra aceitar, tentando não negar e dançar o que é latente e eu ainda não consegui encarar. A convivência com esse universo na dança é particularmente uma forma digna e eficaz de lidar com essa "coisa" que nós mulheres quebramos a cabeça pra entender (ô coisa difícil!). Bom, quero não parecer dessas com o discurso lindo sobre a dança, mas esse trabalho vêm me dando esse senso de aventura, de arriscar, que é o que estou fazendo agora. Um dos insights que tive durante o processo é o que me arrisquei pouco... Inclusive na dança.

Por falar nisso, para explicar melhor, a minha formação não é só de dança, não. Muito antes da pós-graduação em dança o ano passado, eu me formei em 2000 em Terapia Ocupacional (só estudei porque ganhava bolsa para dançar no grupo da facul - o Ararazul), trabalhei com psiquiatria, ginecologia, neonatologia e pediatria, fiz formação em terapia crânio-sacral e só em 2005 voltei pra dança quando fui fazer a formação em Dançaterapia com a maravilhosa María Fux e com o "tudo" Pio Campo, em SP. Daí pra frente a dança só vem invadindo mais o meu campo (como se eu não tivesse culpa disso). Faço parte do Coletivo Corpomancia desde 2008 e ainda fotografo, filmo e danço pra fazer vídeo-dança (paixão). Tive professores daqui de Campo Grande e de fora... Vários. Mas, estes professores que eu estou tento a alegria de conviver (Chico Neller, Miriam Gimenes, Roberta Siqueira, Paula Bueno e Renata Leoni) são os que eu eternamente terei orgulho de citá-los. Obrigada!



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