sábado, 3 de setembro de 2011

Aprendendo com os mestres

Para essa nova experiência no Maria, Madalena como assistente de direção usei alguns "ensinamentos" de professores da pós em dança (e amigos da dança) os quais me ajudaram nas orientações para a composição da cena, já que, no caso do M, M, não se trata de uma composição de coreografias e sim de uma construção no/do corpo, em cena.

Me apropriei de um texto do Paulo Caldas (O Movimento Qualquer) em que ele escreve:

"Aqui, tendo a considerar dois âmbitos da composição coreográfica: o artesanato e a arquitetura. Definiria, precariamente, o artesanato como aquilo que se passa sobretudo no corpo, um trabalho sobre o corpo ligado à composição de uma partitura de movimento; definiria, precariamente, a arquitetura como aquilo que se passa sobretudo na cena, um trabalho sobre esses elementos constitutivos (incluso aí, evidentemente o corpo)".

Essa ideia de artesanato e arquitetura me ajudou no entendimento do que acontece na cena (com cenários, figurinos, música, luz), que a meu ver, é diferente do que acontece no corpo. Como já dizia Merce Cunningham "música, figurino, cenário, iluminação e dança possuem lógica e identidade próprias separadas".

Me fez pensar em como uma fotografia, onde se vê o todo (arquitetura) revela pouco e o quanto ela passa a revelar à medida que se amplia infinitamente uma parte dela. Até se descobrir algo que a princípio não era visível, o trabalho do corpo na cena (artesanato). Trouxe essa estrategia para propor às intérpretes que buscassem esse estranhamento, algo não revelado, para a composição das personagens (e de seus movimentos), principalmente para aquela que para mim foi a mais difícil de compor, a Madalena.

Me vem a cena do filme "Blade Runner" de Ridley Scott, em que o ex-blade runner (caçador de andróide) Deckard, usa da tecnologia para desvendar uma fotografia e assim descobrir elementos/pistas que o levassem ao paradeiro dos andróides fugitivos.

A cena pode ser vista no link abaixo
http://youtu.be/QkcU0gwZUdg

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